Classificação de Áreas – O alto custo do conhecimento

Considerando a seriedade deste assunto, relacionado à segurança pessoal, operacional e patrimonial, e o fato de que as normas sobre o tema vêm sendo discutidas há mais de cem anos, ainda observamos um elevado desconhecimento nesta área — tanto nas premissas definidas pelas empresas a serem seguidas na elaboração de projetos quanto nas observações de aplicação em campo e no alto número de não conformidades encontradas nas instalações.

No texto de Roberval Bulgarelli — Centésima norma técnica brasileira “Ex” publicada pela ABNT —, com alguns trechos resumidos a seguir, é possível observar, de forma geral, a evolução das normas brasileiras na área Ex:

“As Normas Técnicas brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (atmosferas explosivas) e ABNT NBR ISO 80079 (equipamentos mecânicos “Ex”), idênticas às respectivas normas técnicas internacionais, vêm sendo publicadas ou atualizadas desde 2005, quando foi publicada pela ABNT a primeira norma técnica brasileira adotada da Série ABNT NBR IEC 60079.
As Normas Brasileiras sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas relacionadas ao segmento “Ex” vêm sendo publicadas no Brasil desde o final dos anos 1960. O início da elaboração de normas técnicas brasileiras da ABNT sobre atmosferas explosivas ocorreu em 1968, com a publicação do projeto de norma “experimental” P-EB-239 – Equipamentos com invólucros à prova de explosão. Em 1969, foi publicado pela ABNT o projeto de norma “experimental” P NB-158 – Instalações Elétricas em Ambientes com Líquidos, Gases ou Vapores Inflamáveis.
As normas adotadas no Brasil das Séries ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO/IEC 80079 (Equipamentos Mecânicos “Ex”) são idênticas em conteúdo técnico, estrutura e redação, sem desvios técnicos nacionais em relação às respectivas normas internacionais da IEC, elaboradas pelo TC-31 da IEC, de acordo com a ABNT Diretiva 3 – Adoção de documentos técnicos internacionais. O Brasil é um membro participante do TC 31 da IEC, com direitos e deveres de apresentar comentários para melhorias das normas e participar do processo de revisão, atualização, votação e aprovação.”

As publicações e normatizações sobre o assunto vêm crescendo, elevando o nível de conhecimento dos profissionais que atuam nessas áreas. Contudo, ainda temos um grande trabalho de conscientização quanto à importância do tema.

Antigamente, essas discussões eram mais restritas a representantes das áreas de Petróleo & Gás, Química, Petroquímica, Armazenamento de Grãos e Sucroalcooleira. No entanto, elas vêm se expandindo para outros segmentos onde também encontramos áreas classificadas, como Papel & Celulose, Portuário e Automobilístico.

Em função desse desconhecimento, muitas empresas optam por instalações mais robustas, com aplicação de tipos de proteção muito superiores aos exigidos pelas normas, tendo a falsa impressão de estarem mais seguras — o que resulta em alto custo de implantação. Vários tipos de proteção requerem critérios especiais para instalação e manutenção que, se não forem atendidos, podem invalidar a proteção do equipamento.

Como menciona Michel Llory em seu livro Acidentes Industriais – O Custo do Silêncio (Multimais Editorial – Funenseg, 1999):

“Segundo um documento da Secretaria Internacional do Trabalho e do Programa sobre o Meio Ambiente das Nações Unidas, 97% dos acidentes poderiam ser previstos.”
No caso do acidente com a nave espacial Challenger, que explodiu em 1986 após 73 segundos de seu lançamento, conforme consta do relatório “Rogers”, o engenheiro da empresa terceirizada que forneceu o reservatório de oxigênio e hidrogênio — combustíveis da nave — havia alertado sobre o risco de lançamento com a temperatura ambiente muito baixa no Centro Espacial Kennedy, recomendando abortar a missão. Esse engenheiro declarou, doze horas antes da partida:
“Se alguma coisa acontecesse, ele não gostaria de ter que explicá-la diante da comissão de inquérito” (Rogers, 1986).

Para garantirmos a segurança das Instalações em Atmosferas Explosivas, elencamos algumas das principais condições que devem ser seguidas:

  • Atendimento à legislação para projeto, montagem e manutenção;
  • Instalação de equipamentos Ex com certificado de conformidade;
  • Envolvimento apenas de profissionais qualificados para montagem, operação, manutenção e inspeção.

A A1 Engenharia conta com profissionais com mais de 30 anos de experiência neste assunto, atuando nos mais diversos segmentos no Brasil e no exterior, e oferece:

  • Consultoria em Instalações Elétricas em Área Ex;
  • Treinamento específico conforme NR-10 e NR-20;
  • Planos de Classificação de Áreas;
  • Especificação de Equipamentos Ex;
  • Avaliação de Conformidade;
  • Inspeção de Equipamentos em Área Classificada;
  • Suporte ao Processo de Certificação.

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Nilson Cunha Júnior
Gerente de Elétrica, Instrumentação e Automação – A1 Engenharia

Mestrando em Sistema de Potência
Técnico Eletrotécnico
Engenheiro Industrial Elétrico
Pós-graduado em Gerência de Manutenção/Gestão de Projetos

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